Décimo primeiro Editorial Dvco Seg.

Olá, pessoal!

Em nosso país, atualmente 85% das pessoas vivem em cidades. Uma das consequências mais nefastas desse acúmulo de pessoas são os acidentes de trânsito, hoje a sétima causa de mortes no Brasil.
Foram cerca de 43 mil casos fatais em 2013, e esse número vem aumentando ano a ano. Excesso de velocidade, ultrapassagem em lugar indevido, irresponsabilidade de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres são os maiores causadores dos acidentes.
Nossa legislação de trânsito segue a legislação de trânsito internacional. Porém, infelizmente os cidadãos brasileiros, na sua maioria, não parecem preocupados em seguir um protocolo de segurança adequado. Eu, como brasileiro que sou, chego a me envergonhar ao presenciar motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres vivendo uma verdadeira guerra, na busca de pequenas vantagens apenas para chegar mais cedo aos destinos programados, mesmo que para isso arrisquem a própria vida e a do próximo. Quem já não assistiu a um motorista criar uma fila dupla fora de propósito e fechar quem está na frente, na faixa certa, só para entrar numa via preferencial sem ter que esperar por sua vez? Os motociclistas, que são as maiores vítimas fatais de trânsito, então, nem se fala. Circulam entre as faixas dos carros e seguem por esses corredores fictícios fazendo todo tipo de malabarismo em alta velocidade. Quando contrariados, se tornam agressivos, chutam os carros, soltam impropérios, e por aí vai. Os ciclistas – cujo número vem aumentando de maneira significativa, até pelo apelo de transporte rápido e saudável –, às vezes se colocam entre os ônibus, caminhões e carros, entendendo que todos os condutores têm a obrigação de enxergá-los. Quando isso não acontece, são os acidentes que acontecem – e, logicamente, quem sofre as maiores consequências são os próprios ciclistas.
Os pedestres são um caso à parte para ser estudado. Vivo presenciando pedestres saírem correndo para atravessar a rua, na faixa de pedestres, quando o farol já está se fechando, colocando a própria vida em risco por nada.
Sinto o dever de me autodenunciar, pois, quando mais jovem, já cometi todas as bobagens e erros que descrevi acima. Outro pecado horrível praticado nessa época era dirigir após a ingestão de bebidas alcoólicas, inclusive depois de festas. Não sei como sobrevivi. A nossa educação era muito ineficiente, não havia consciência dos riscos. Decerto tínhamos menos carros, mas esse fato não justifica a indisciplina em que vivíamos, sei lá, de qualquer modo agradeço a DEUS por ter chegado com vida e sem nenhuma consequência maior até hoje, com os meus 64 anos.
Atualmente a velocidade dos carros e das motos é muito maior, a capacidade de retomada de velocidade dos veículos também é muito grande. O stress em que vivemos parece justificar o nosso direito de descontar todas as frustrações no momento em que vestimos estas armaduras modernas de uma ou duas toneladas – os nossos carros, alguns inclusive blindados.
Felizmente, embora ainda não sendo a prática da maior parte da nossa sociedade, temos alguns exemplos maravilhosos a registrar. Vivi em Brasília por oito anos. Meus filhos eram adolescentes, na época, e estudavam no Centro Educacional Sigma, que fez um trabalho espetacular com seus alunos. Tomou a iniciativa de enviá-los a passar um dia inteiro assistindo a palestras de vítimas de trânsito que se submetiam a trabalhos de fisioterapia e recuperação de movimentos no Hospital Sara Kubitschek. Meus filhos chegaram em casa impressionados com os relatos de pessoas paraplégicas, tetraplégicas e algumas com membros perdidos. Os depoimentos que eles ouviram mostraram-se decisivos em suas vidas. Lembro até hoje que quando eram eles os escalados a dirigir na volta das festinhas, as mães de seus amigos ficavam superfelizes, na certeza de que não beberiam e trariam todos de volta pra casa são e salvos.

Das histórias que eles ouviram, lembro e ressalto a de uma mãe que foi pegar umas laranjas que caíram do saquinho em que estavam acondicionadas no interior do carro, e essa pequena distração causou um acidente que a deixou tetraplégica. Uma outra foi a história de um rapaz, maratonista, que perdeu as pernas em um acidente de carro por dormir ao volante na volta de uma balada. Meus filhos viram essas pessoas, ouviram as suas histórias, me disseram que foi como se estivesse sendo dada a eles a oportunidade de não cometerem os erros ou distrações que essas pessoas cometeram. Até hoje fico comovido ao lembrar dessa atividade impactante na vida dos meus filhos.
Bem, depois de todo esse desabafo, fomos consultar o site: http://www.educacaotransito.pr.gov.br/pagina-121.html
A fonte das informações abaixo é do estado do Paraná. O texto acabou ficando bem maior do que o dos outros editoriais, mas achamos que valerá a pena, para quem tiver paciência em ler todo o material.

Direção defensiva – Prevenção de Acidentes
Existem procedimentos que, quando praticados conscientemente, ajudam a evitar acidentes. Podemos chamar estes procedimentos de Método Básico da Prevenção de Acidentes e aplicá-los em qualquer atividade no dia a dia.
Podemos aplicá-los, também, no ato de dirigir, desde que conheçamos os fatores que mais levam à ocorrência de um acidente.
Além de conhecer estes fatores e os tipos de colisões, você deve estar preparado, em todos os momentos, para atitudes que ajudem na prevenção.
Ver, pensar e agir com conhecimento, rapidez e responsabilidade são os princípios básicos de qualquer método de prevenção de acidentes.
As estatísticas mostram que é grande o número de acidentes que ocorrem envolvendo dois ou mais veículos, e que as colisões mais comuns são chamadas de "tradicionais", por peritos ou órgãos ligados ao trânsito, além de outros fatores que veremos a seguir.

Colisão com o veículo da frente
É aquela em que você bate no veículo que está à sua frente e diz "infelizmente não foi possível evitar", por ele ter parado bruscamente ou não ter sinalizado que iria parar.
O condutor defensivo evita facilmente esta colisão, utilizando-se corretamente das distâncias recomendadas e evitando dirigir muito próximo ao veículo da frente.
As condições encontradas pelos condutores nas vias são as mais diversas, e a surpresa é o elemento causador dos acidentes dessa natureza, se não estivermos a uma distância segura dos outros veículos.
Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista, resulta em multa, sendo considerado infração grave. Art. 192 - CTB.
Mas qual a distância correta? É aquela que nos dê tempo suficiente para pararmos nosso veículo sem atingir o da frente, mesmo em situações de emergência ou de parada brusca.
A aquaplanagem é um dos motivos que irão dificultar sua parada a tempo, provocando a colisão, assim como os pneus lisos (carecas) ou mal calibrados, que fazem parte dos equipamentos obrigatórios.
Conduzir o veículo sem equipamento obrigatório ou estando ineficiente ou inoperante, é infração grave, com penalidade de multa. Art. 230 - IX - CTB
Veja agora algumas sugestões para evitar a colisão com o veículo da frente:
Esteja atento:
Nunca desvie a atenção do que está acontecendo em volta e observe os sinais do condutor da frente, tais como luz de freio, seta, pisca-pisca, sinalização com os braços etc., pois indicam o que ele pretende fazer.

Controle a situação:
Procure ver além do veículo da frente, para identificar situações que podem obrigá-lo a manobras bruscas sem sinalizar. Verifique a distância e o deslocamento também do veículo de trás e ao seu lado, para poder tomar a decisão mais adequada, se necessário, numa emergência.

Mantenha distância:
Hoje, isto resulta em multa. Se não for observado e se você não estiver longe o suficiente, irá bater no veículo da frente. Lembre-se de que com a chuva ou pista escorregadia, essa distância deve ser maior que em condições normais.

Comece a parar antes:
Se necessário, pise no freio imediatamente ao avistar algum tipo de perigo, mas pise aos poucos, para evitar derrapagens ou parada brusca, pondo em risco os outros condutores na via que talvez não conheçam como você estas normas de prevenção de acidentes.
Colisão com o veículo de trás:
Uma das principais causas de colisões na traseira é motivada por motoristas que dirigem "colados" e nem sempre pode-se escapar dessa situação, principalmente numa emergência.
Também não adianta dizer que "quem bate na traseira é legalmente culpado", pois isso pode lhe trazer consequências graves ou até mesmo matá-lo, como no caso de fratura no pescoço.

Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança, resulta em multa, sendo considerado infração leve. Art. 169 - CTB.
A primeira atitude do condutor defensivo é incentivar que o condutor que o segue a curta distância o ultrapasse. Para isso, sinalize com antecedência e corretamente suas intenções, e reduza a velocidade, deslocando-se para outra faixa de trânsito.
Veja as sugestões de Direção Defensiva para evitar situações de perigo:
Planeje o que fazer:
Não fique indeciso quanto ao percurso, entradas ou saídas que irá usar. Planeje antes o seu trajeto, para não confundir o condutor que vem atrás com manobras bruscas.

Sinalize suas atitudes:
Informe com antecedência, através da sinalização correta e dentro do tempo necessário, o que você pretende fazer, para que os outros condutores também possam planejar suas atitudes. Certifique-se de que todos entenderam sua mensagem e viram sua sinalização.

Pare aos poucos:
Alguns condutores só lembram de frear após o cruzamento onde deveriam entrar. Isto é muito perigoso, pois obriga os outros a frear bruscamente e nem sempre é possível evitar a colisão.

Evite os colados à sua traseira:
Use o princípio da cortesia e favoreça a ultrapassagem, mantendo sempre as distâncias recomendadas para sua segurança.
Se você parar bruscamente, mudar de faixa de trânsito abruptamente ou não sinalizar suas intenções com antecedência, poderá causar um acidente grave.

Colisão frente a frente:
É um dos piores tipos de acidente, pois em poucos segundos os veículos se transformam em ferro torcido, envolvendo os condutores e passageiros ocupantes de tal maneira que raramente escapam com vida.
Vários são os fatores que ocasionam este tipo de acidente, e quase todos eles derivam do descumprimento das leis de trânsito ou de normas da direção defensiva.
Ingestão de bebida alcoólica, excesso de velocidade, dormir no volante, problemas com o veículo ou distração do condutor são apenas alguns desses fatores.
Essas colisões também ocorrem nas ultrapassagens feitas em desacordo às medidas de segurança.

Veja algumas sugestões para evitá-las:
Evite as ultrapassagens perigosas: em locais de pouca visibilidade, curvas, locais proibidos por sinalização, verificando sempre se o tempo e o espaço de que você dispõe são suficientes para realizar a ultrapassagem com segurança.
Cuidado com as curvas: vários fatores, como velocidade, tipo de pavimento, ângulo da curva, condições do veículo e condutor são fatores que podem determinar a saída do seu veículo da sua faixa de direção, indo chocar-se com quem vem no sentido contrário, causando um acidente grave. Antes das curvas, reduza sempre a velocidade e mantenha-se atento.
Atenção nos cruzamentos: estes acidentes ocorrem nas manobras de virar à direita ou esquerda, ao não observar o semáforo ou a preferência de passagem no local, assim como a travessia de pedestres ou condutores de veículos não automotores. Espere com calma e só realize a manobra nos locais permitidos e com segurança.
Na maioria destes acidentes, por força do impacto, o condutor e os passageiros são projetados para fora do veículo, através do para-brisa ou das portas do veículo. Isso não ocorre se todos eles usarem o cinto de segurança.

Outras colisões com dois ou mais veículos:
Existem ainda vários tipos de colisão que envolvem dois ou mais veículos, porém em todos os tipos de colisão existem fatores determinantes que ocorrem mais comumente e que podem ser evitados se você for um condutor defensivo. São eles:
falta de visibilidade;
desconhecimento de preferenciais;
manobras não sinalizadas;
trânsito de pedestres e condutores não automotores no local;
animais nas vias;
desobediência às leis de trânsito e à sinalização.


Outros tipos de colisão

Colisão com pedestres
Como seu comportamento é imprevisível e existem pessoas desatentas, portadores de necessidades especiais, idosos, crianças, gestantes ou alcoolizados nas vias, a melhor regra para o condutor é ser cuidadoso com o pedestre e dar-lhe sempre o direito de passagem, mesmo onde não exista faixas de pedestres, cruzamento, área escolar, falta de semáforo.
Deixar de reduzir a velocidade do veículo próximo a escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros ou onde haja intensa movimentação de pedestres, resulta em multa, sendo considerado infração gravíssima. Art. 220 - XV - CTB.
Devemos ter atenção especial com as pessoas idosas, crianças ou pessoas com deficiência que são sempre mais sujeitas a envolver-se em acidentes. (Art. 214).
Lembre-se de que o dano causado ao pedestre sempre é maior, por ele não ter o veículo para protegê-lo e, se ocorrer morte ou deixar de prestar socorro, pode ser considerado crime.
Importante saber que prestar socorro é providenciar atendimento ou remoção do ferido da forma mais rápida e segura possível, dentro das normas de Primeiros Socorros.

Colisão com animais
Ocorrem com frequência nas zonas rurais, pois os animais invadem a estrada ou a rodovia. Nas vias urbanas, existem animais como cães, cavalos, cabritos, boi, vaca etc. Existem também os animais silvestres que aparecem abruptamente na via, mas é muito fácil prevermos onde estes animais vão aparecer, quando a via passa por regiões de matas, florestas, campos e água.
Lembre-se de que o animal não pensa e dificilmente tomará a atitude correta ou a que você espera.
Portanto, assim que perceber qualquer animal na pista, reduza a marcha até que o tenha ultrapassado e nunca use a buzina e as luzes, pois poderá assustá-lo e fazer com que se volte contra o seu veículo.
A luz também cega o animal e o impede de sair da via para que você passe.
Mantenha sempre a calma, analise a situação e tome a melhor atitude para o momento.

Colisão com objetos fixos
Ocasionado geralmente por culpa do próprio condutor, por mau golpe de vista, quando cansado ou com sono, sob influência de álcool ou medicamentos, excesso de velocidade, desrespeito às leis e à sinalização de trânsito.
Para evitar esses acidentes, o condutor defensivo deve tomar todas as medidas necessárias de segurança e estar atento o tempo todo ao que ocorre ao longo da via.
Lembre-se de que a velocidade ideal é aquela que lhe permite andar com segurança em qualquer tipo ou condição de via, de trânsito, de fenômenos da natureza, parando o veículo a tempo de evitar uma colisão ou atropelamento.

Colisão com trens
Quando ocorrem é por falta de atenção ou pressa do condutor, mas tomando alguns cuidados, são facilmente evitáveis.
Não parar o veículo antes de cruzar linha férrea, resulta em multa, sendo considerado infração gravíssima. Art. 212 - CTB.
Respeite a sinalização, preste atenção redobrada na hora de transpor a linha férrea (passagem de nível) e lembre-se sempre que o trem não pode parar da mesma forma que você.

Colisão com bicicletas
A maioria dos ciclistas é composta por menores ou por pessoas que desconhecem as leis de trânsito e andam pelas vias da maneira que lhes parece melhor.
Porém, para evitar que você se envolva nesse tipo de acidente, é bom ficar atento principalmente à noite e tomar precaução quando perceber um ciclista por perto.
Certifique-se de que o ciclista viu e entendeu sua sinalização, mantenha distância e cuidado ao efetuar manobras ou abrir a porta do veículo.
O condutor defensivo é sempre capaz de evitar acidentes, apesar dos erros cometidos por outros condutores, pedestres, passageiros, cavaleiros e condutores não automotores, que não conhecem ou não cumprem as leis.

Colisão com motocicletas
Motocicletas e similares fazem parte integrante do trânsito e seus condutores devem obedecer sempre à sinalização e às leis de trânsito, mas isso nem sempre ocorre.
Não esqueça que a motocicleta é também um veículo (como caminhão, carro, ônibus), estando o motociclista sujeito a direitos e deveres como qualquer outro condutor.
Muitos motociclistas costumam ter comportamentos que põem em risco a segurança dos demais usuários da via.
O condutor defensivo procura sempre diminuir os riscos de envolver-se em acidentes.
Esteja alerta em relação aos motociclistas. Aumente a distância entre você e ele e na ultrapassagem, observe a mesma distância e procedimentos, como se estivesse ultrapassando um carro.

Boa viagem.

Até o nosso próximo editorial.

João Carlos Rodrigues

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